Campanha percorreu regionais do Seconci-SP para levar conhecimento prático sobre segurança do trabalho.
Na última quarta-feira (2), o Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil), Regional Sorocaba, promoveu o encontro anual da campanha de Saúde e Segurança do Trabalho, que este ano teve como tema “Falha Zero: Máquinas e Equipamentos”. A ação, iniciada em maio, percorreu várias regionais do Seconci-SP com palestras na capital e no interior.
O evento, realizado no auditório da Escola SENAI “Luiz Pagliato”, reuniu cerca de 60 participantes e contou com a presença da gerente do Seconci-SP Sorocaba, Ester Gonçalves; do coordenador de atividades técnicas da Escola SENAI “Luiz Pagliato”, Alison Aguiar; da coordenadora da Regional Sorocaba do SindusCon-SP, Viviane Vieira; e do gerente do SESMT Corporativo do Seconci-SP, José Bassili, coordenador estadual da campanha.
Na abertura, Ester agradeceu o apoio institucional do SENAI, do SindusCon-SP e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), reforçando a união das entidades em prol da segurança no setor.
Em sua fala, Alison Aguiar destacou que produtividade e segurança devem caminhar juntas. “Quando pensamos em eficiência, geralmente associamos a novas máquinas ou tecnologias, mas tudo começa pelas pessoas. Neste sentido, a campanha Falha Zero é essencial, pois reforça a importância do cuidado e da prevenção. Projetos como esse estão alinhados à missão do SENAI: quando as pessoas crescem, o país também cresce.”
Viviane Vieira também ressaltou a parceria entre as entidades. “Temos construído uma cooperação muito saudável entre o SindusCon-SP, o Seconci-SP e o SENAI, ampliando oportunidades de capacitação. Os cursos do SindusCon-SP hoje atendem não só empresas associadas, mas também empreiteiros e construtoras em geral, fortalecendo o setor. A campanha Falha Zero reforça esse trabalho conjunto em prol da valorização dos trabalhadores da construção civil”, disse.
Na sequência, o consultor Gianfranco Pampalon apresentou a palestra Falha Zero: Máquinas e Equipamentos. Segundo ele, em 2020, as principais causas de óbitos na construção civil foram: queda (28%), impacto (24%), choque elétrico (20%) e aprisionamento (12%). Ele destacou também seis pilares de gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) ligados ao uso de máquinas e equipamentos.
“Esses pilares funcionam como uma engrenagem que protege empresas e trabalhadores. O primeiro é o cumprimento dos requisitos legais e normativos; o segundo, a aquisição de máquinas seguras, de fornecedores que seguem padrões de qualidade como ISO 9001 e NR-12; o terceiro é o treinamento e a capacitação; o quarto, a inspeção e manutenção, que prolonga a vida útil dos equipamentos e garante mais segurança; o quinto é a oferta de locais de trabalho adequados; e o sexto, não menos importante, envolve os Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC e EPI), além da sinalização do ambiente”, explicou o especialista.
O palestrante também chamou atenção para o aumento de acidentes com gruas de pequeno porte, impulsionado pelo crescimento do setor da construção. “Esses acidentes podem ser provocados por falhas de projeto, soldas mal executadas, falta de manutenção, problemas em dispositivos de fixação, rompimento de cabos de aço por descuido ou desgaste em engrenagens, entre outros fatores. É essencial conferir a documentação técnica e as certificações dos equipamentos, inspecionar seus componentes, garantir que o operador esteja treinado e autorizado, verificar o peso permitido e o raio de abrangência da grua, além de avaliar se o equipamento é adequado para uso em condições ambientais adversas, como rajadas de vento.”
Ele acrescentou que, ao contrário do que muitos imaginam, o eletricista não é o profissional mais exposto ao risco de choque elétrico. “Quem mais sofre acidentes fatais desse tipo é o operador de betoneira, geralmente por contato indireto, ao encostar em estruturas metálicas energizadas pela falta de aterramento em ambientes úmidos e propícios ao acidente grave. São situações que não deveriam acontecer, mas acontecem.”
O gerente José Bassili lembrou que a campanha dá continuidade às ações preventivas do Seconci-SP. “Assim como já fizemos com os temas Choque Zero e Queda Zero, a Falha Zero visa conscientizar empresas e trabalhadores sobre os cuidados necessários na locação, operação e manutenção de máquinas, equipamentos e ferramentas. Disponibilizamos cartazes e materiais que podem ser usados pelas empresas nos Diálogos de Segurança.”
Para Celso Conceição, Líder de Segurança do Trabalho da Yees Construtora, o workshop trouxe aprendizados práticos. “Foi fundamental porque nos mostrou situações que muitas vezes passam despercebidas, como a cremalheira ancorada na alvenaria ou até um simples parafuso, que pode gerar riscos enormes. A segurança é responsabilidade de todos, mas quem está na linha de frente precisa ter olhar clínico para evitar acidentes. Além do impacto financeiro, um acidente traz consequências sérias para a imagem da empresa”, disse.
Já Marcos Paulo de Souza, Técnico de Segurança da Planeta Construtora, reforçou a relevância da capacitação. “Nossa preocupação vai além da produtividade, está focada na proteção dos trabalhadores. Já acompanhei obras de grande porte e sei como é desafiador manter atenção a todos os detalhes. Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi a reflexão sobre equipamentos como betoneira e serra de bancada, que exigem cuidados redobrados. Outro desafio é a falta de mão de obra capacitada, já que muitos aprendem apenas pela vivência no canteiro. Isso aumenta os riscos e reforça a necessidade de mais treinamento e escolas voltadas às profissões da construção civil, como o SENAI ‘Luiz Pagliato’, que conta com um laboratório de alvenaria e é exemplo positivo de formação prática para os jovens que ingressam no setor”, concluiu.
Sobre o Seconci-SP
O Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) tem como missão promover ações de saúde e assistência social, garantindo qualidade de vida a trabalhadores e dependentes.
A Unidade de Sorocaba atende colaboradores de mais de 150 empresas contribuintes e dispõe de corpo clínico especializado em diversas áreas, além de realizar exames como audiometria, eletrocardiograma, eletroencefalograma, radiologia e ultrassonografia.
Também oferece assessoria em medicina ocupacional e engenharia de segurança, com emissão de atestados de saúde ocupacional e execução dos Programas de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho, conforme a legislação trabalhista.
Fonte: Assessoria.